As ligações ferroviárias a Espanha continuam na agenda e não me parecem, ainda, esclarecidas.
A ligação directa de mercadorias, ao Norte e Centro da Europa, constitui, sem duvida, uma mais valia para as nossas exportações.
Para que isso aconteça é preciso que adoptemos a bitola europeia, como tem referido o Ministro da Economia e os diferentes agentes económicos, como foi o caso, ainda hoje, do Director da Autoeuropa em declarações ao Jornal de Negócios.
Isto é consensual e não merece, por isso, contestação.
O problema está em como consegui-lo.
É que, tanto quanto sei, em território espanhol as mercadorias não circulam em bitola europeia mas sim em bitola ibérica. E, assim sendo, uma opção imediata por bitola europeia do lado português, obrigara a transição de equipamento na fronteira luso-espanhola, quer no Caia, para a ligação que serve o porto de Sines, quer em Salamanca, para a ligação de Aveiro e que, agora, voltou a ser colocada em cima da mesa peloactual Ministro.
E o problema parece não estar resolvido, a avaliar pela declaração, atribuída ao Ministro Álvaro Santos Pereira pelo Jornal de Negócios, segundo a qual o ministro salienta a importância de que Espanha avance com os projectos de ligação ao resto da Europa.
Seria importante que se esclarecesse esta questão. E, se for caso disso, não ter problemas em adoptar a solução que estava projectada anteriormente e que previa a construção da infra-estrutura com travessa polivalente. Isto permitiria a utilização da bitola ibérica enquanto Espanha não tem bitola europeia e migração para esta quando estivesse reunidas condições do outro lado da fronteira. Apelo, mais uma vez, ao esclarecimento desta questão e a que não seja esquecido o problema do troco Sines-Poceirão que, a não ser resolvido convenientemente, poderá por em causa a rentabilidade da própria linha e do próprio porto de Sines.
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