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23 de março de 2011

A CRISE em debate na SIC N - Março,22

Confesso que gostei da elevação e do sentido de responsabilidade assumida no debate da SIC N, por Vitor Ramalho e Ângelo Correia. Concordo mais com Vitor Ramalho, mas considero que se assistiu a um debate profundo e sério.

A posição de Ângelo Correia está quase certa, para quem defende aquele ponto de vista. Esquece, contudo, que o que está em causa na cimeira europeia é a aprovação de um novo mecanismo do FEEF, que melhora as condições de acesso ao financiamento por parte de Portugal. E para Portugal ter capacidade negocial, para a revisão desse mecanismo, não pode apresentar só compromissos macro económicos. Não é suficiente dizer que cumpre deficits de 4.6%, 3% e 2% em 2011,2012 e 2013. Tem que apresentar medidas concretas que credibilizem esse compromisso.

Penso que eventuais eleições antecipadas, que também me parecem inevitáveis, face à situação que se criou, só deveriam marcar-se depois de aprovado, em Bruxelas, um PEC que permitisse a Portugal continuar e concluir, com sucesso, o actual processo negocial em curso sobre o FEEF.

Os Partidos da oposição não precisam aprovar o PEC. Basta-lhes que não o desaprovem. E podem fazê-lo afirmando que se comprometem com os objectivos macro económicos, e com o essencial das medidas contidas no PEC, sem prejuízo de deixarem em aberto eventuais ajustamentos, a discutir, em Bruxelas, após a clarificação do quadro politico no País.

O modelo seguido na Irlanda poderia ter servido de inspiração. Mas parece-me que este cenário é, praticamente, impossível face ao que se tem ouvido nas últimas horas.

Mas é pena.Teria sido possível, sem que ninguém perdesse a face. O País fica a perder. Porque a situação é muito grave.

Em democracia há sempre soluções Mas depois de amanhã pode ser tarde e as soluções de redução de danos podem não servir para grande coisa, pelo menos em termos imediatos.Todos os actores políticos, no Parlamento e fora dele, têm que assumir as suas responsabilidades.

Penso que o Governo e o PS fizeram, mesmo que com erros de método, a sua parte, ao mostrarem-se disponíveis para discutir soluções de convergência.

Vamos ver os outros.

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