O Presidente Cavaco Silva tem mostrado, ultimamente, uma grande vontade de intervir, com a palavra, no debate politico. Tem-no feito ao seu estilo. Mas vai pontuando, aqui e ali, e deixando a sua opinião. Serão avisos?
Hoje não resistiu a comentar a questão da semana relativa à emigração dos licenciados jovens. E fê-lo de forma correcta. Sem colocar em causa e reconhecendo o direito normal à mobilidade geográfica dos nossos jovens, como sinal dos tempos actuais, fez questão de defender que temos que ser capazes de encontrar alternativas para o emprego jovem em Portugal.
Ainda hoje, em visita a uma instituição de solidariedade social, não resistiu também a alertar para que não podemos deixar degradar as pensões dos que, já não tendo capacidade reivindicativa nem de corrigir as suas carreiras contributivas, contribuíram uma vida inteira para ter uma velhice com o mínimo de conforto.
Duas posições que contrastam com as mensagens dadas pelo Governo e pelo próprio PM durante os últimos dias.
Estas posições seguem-se às fortes críticas às receitas europeias para a crise e, mais ou menos directamente, à posição do Governo português. E depois, ainda, de ter deixado muitos avisos às opções injustas e, eventualmente inconstitucionais, das normas contidas na lei do orçamento relativas á suspensão dos subsídios de natal e férias para a Administração Pública.
Que consequências pretende Cavaco Silva retirar destas intervenções?
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