Comentário que entendi deixar na página do FB de Álvaro Beleza.
"Caro Álvaro Beleza
Desculpa vir aqui à tua página sobre este tema. Já escrevi no meu FB o que penso sobre o assunto e discordo da posição que te é atribuída. Reconheço-te, naturalmente, todo direito a defender esse ponto de vista sobre a ADSE. Só gostaria de te dizer duas coisas: a primeira é de conteúdo e a segunda de forma.
Quanto ao conteúdo acompanhar-te-ia se dissesses que é preciso reformar a ADSE e adaptá-la aos tempos actuais. E há caminho para fazer aí e acho que os seus beneficiários devem participar para encontrar soluções para que se encontre equilíbrio no seu financiamento. E há coisas que podem ser feitas. Mas propor, pura o simplesmente, o seu fim, como parece que defendes, não me parece correcto. É que a ADSE, como qualquer outro sistema de apoio na doença (a sigla quer dizer, embora Salazarista, Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado), não pode ser olhada como parte do sistema público de saúde. De facto a ADSE é um instrumento de apoio aos trabalhadores da Função Pública para poderem terem acesso a cuidados de saúde. A ADSE não presta serviços de saúde. A ADSE pertence ao foro das relações laborais entre o Estado patrão e os seus trabalhadores. Não pode ser confundida e não pode entrar na discussão do SNS ou das politicas públicas de saúde. A ADSE pertence ao domínio das relações privadas entre empregador e trabalhadores. O facto de o empregador ser o Estado não lhe altera tal estatuto. Uma discussão sobre a reestruturação da ADSE não deve, por isso,entrar no pacote das politicas públicas de saúde, mas na discussão, com os Sindicatos do Sector e com os trabalhadores, sobre o sistema de benefícios e protecção negociáveis em sede das relações de trabalho.
Portanto, meu caro Álvaro Beleza, coloquemos as coisas no sítio.
Quanto à forma só uma pequena palavra. O facto de teres direito à tua opinião e expressá-la livremente, não podes esquecer que és dirigente ao mais alto nível do PS e que jamais podes espera que uma opinião pessoal tua não seja imediatamente transformada num facto politico, especialmente se for picante, como esta é. E claro que, quando aceitamos cargos de responsabilidade em qualquer organização, perdemos um pouco da nossa liberdade. Isto parece-me óbvio. Tanto assim é que, aceitando que o JN usou, como quis e lhe deu jeito, a tua entrevista ela teve o efeito que teve e foi assunto que alimentos todos os media e motivou artigos de opinião explorando as contradições no PS. Desculpar-me-as mas isto não são soundbytes. É por isso que provocou os efeitos que provocou. Espero que entendas porque quis vir aqui deixar a minha posição com frontalidade e com muito respeito e consideração por ti. Grande abraço"
"Caro Álvaro Beleza
Desculpa vir aqui à tua página sobre este tema. Já escrevi no meu FB o que penso sobre o assunto e discordo da posição que te é atribuída. Reconheço-te, naturalmente, todo direito a defender esse ponto de vista sobre a ADSE. Só gostaria de te dizer duas coisas: a primeira é de conteúdo e a segunda de forma.
Quanto ao conteúdo acompanhar-te-ia se dissesses que é preciso reformar a ADSE e adaptá-la aos tempos actuais. E há caminho para fazer aí e acho que os seus beneficiários devem participar para encontrar soluções para que se encontre equilíbrio no seu financiamento. E há coisas que podem ser feitas. Mas propor, pura o simplesmente, o seu fim, como parece que defendes, não me parece correcto. É que a ADSE, como qualquer outro sistema de apoio na doença (a sigla quer dizer, embora Salazarista, Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado), não pode ser olhada como parte do sistema público de saúde. De facto a ADSE é um instrumento de apoio aos trabalhadores da Função Pública para poderem terem acesso a cuidados de saúde. A ADSE não presta serviços de saúde. A ADSE pertence ao foro das relações laborais entre o Estado patrão e os seus trabalhadores. Não pode ser confundida e não pode entrar na discussão do SNS ou das politicas públicas de saúde. A ADSE pertence ao domínio das relações privadas entre empregador e trabalhadores. O facto de o empregador ser o Estado não lhe altera tal estatuto. Uma discussão sobre a reestruturação da ADSE não deve, por isso,entrar no pacote das politicas públicas de saúde, mas na discussão, com os Sindicatos do Sector e com os trabalhadores, sobre o sistema de benefícios e protecção negociáveis em sede das relações de trabalho.
Portanto, meu caro Álvaro Beleza, coloquemos as coisas no sítio.
Quanto à forma só uma pequena palavra. O facto de teres direito à tua opinião e expressá-la livremente, não podes esquecer que és dirigente ao mais alto nível do PS e que jamais podes espera que uma opinião pessoal tua não seja imediatamente transformada num facto politico, especialmente se for picante, como esta é. E claro que, quando aceitamos cargos de responsabilidade em qualquer organização, perdemos um pouco da nossa liberdade. Isto parece-me óbvio. Tanto assim é que, aceitando que o JN usou, como quis e lhe deu jeito, a tua entrevista ela teve o efeito que teve e foi assunto que alimentos todos os media e motivou artigos de opinião explorando as contradições no PS. Desculpar-me-as mas isto não são soundbytes. É por isso que provocou os efeitos que provocou. Espero que entendas porque quis vir aqui deixar a minha posição com frontalidade e com muito respeito e consideração por ti. Grande abraço"
4 comentários:
De vez em quando visito este Blog, pois geralmente concordo com as opiniões nele divulgas.
Só gostava que fosse alterado o grafismo, pois para mim (e certamente para outras pessoas de idade) torna-se difícil a sua leitura. As letras a branco em fundo negro, tornam-se de tal forma brilhantes, que me "ferem" os olhos.
Quanto ao resto, parabéns e não desista!
Muito obrigado pelas suas visitas. Mudei as cores do blog...espero que agora esteja melhor..abraço
Já agora também opino sobre o aspecto do blogue. Desvalorizou a foto que é muito bonita. Experimente o background no tom dos post ou das barras laterais. Quanto ao conteúdo (que é o principal)obrigada por dizer o que diz sobre a ADSE. Estão a ser ditos os maiores disparates. Os jornalistas ampliam tudo sem se darem ao trabalho de investigar acicatando os privados contra FP.
M. Martins
Muito melhor!
Obrigado e abraço.
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