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5 de junho de 2010

Esclareçamo-nos sobre a crise e separemos as águas nas soluções

A propósito da crise têm vindo a lume, nos últimos dias, posições de gente que sabe e que tem opinião.
A propósito da receita que se impõe à Grécia, Cohn-Bendit fez uma inflamada intervenção no parlamento europeu, como nos refere Pedro Adão e Silva na sua coluna do i, que nos deve fazer pensar. A cura parece poder ser a morte do doente e, ao mesmo tempo, quem lhes impõe a receita continua a vender-lhes milhões de euros em armas. Afinal parece ser verdade o que muitos dizem, mas que nem todos querem ouvir, que os déficits de uns são a outra face dos superavit de outros.
No sentido da denúncia dos caminhos errados que estão a seguir-se na europa, continuam a surgir intervenções acutilantes de economistas ilustres, como é caso de Krugman, prémio nobel da economia que, mais uma vez, alerta para os erros das politicas económicas europeias para enfrentar a crise. Num artigo, com o sugestivo título "Atirar sal para cima da ferida", coloca o dedo na ferida defendendo que não é este o tempo de abandonar as politicas anti-crise.
No mesmo sentido vai uma interessante entrevista de Paul de Grauwe, publicada no Público, onde se defende e fundamenta a ideia de que equilibrar os OE é a última coisa que se deve agora fazer.
São posições, que sendo independentes umas das outras, apontam num sentido comum: algo está errado na história que nos estão a impôr.
E assim não vamos longe. Há outras soluções para além do tratamento de choque a que nos querem submeter. Soluções essas que passam seguramente, no espaço europeu, por nos assumirmos mais como europa e não como um somatório de interesses egoístas. Mais governação económica na europa, mais sentido de coesão e solidariedade europeia, enfim, o reforço da ideia de europa que motivou os seus fundadores.
Mas isto não se faz sem clarificações de caminhos. Não é indiferente para o futuro da europa as opções politicas dos seus lideres. Afirmar as ideias do socialismo democrático parece-me ser o que faz falta à europa.
Há que separar as águas. É tempo de aprendermos todos com a presente crise. E que cada um assuma as suas responsabilidades.

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