A "arrogância empresarial", para usar a feliz expressão de Miguel Sousa Tavares para caracterizar a operção de marketing do Pingo Doce, parece ser a imagem de marca daquele grupo empresarial. As suas iniciativas bem podem ser consideradas excelentes operações de marketing, quando analisadas em função do seu retorno medido pela exposição mediática, como os publicitários gostam de medir estas coisas. Mas mais importante do que isso é o que tais campanhas escondem. E arrogância empresarial é uma boa expressão. E a arrogância não é, em nenhum caso, boa companheira para viver em sociedade.
Mas esta atitude arrogante, assumida com muita frequência pelo grupo, tem tido o condão de provocar uma conjunto generalizado de criticas que, por muito que contribuam para divulgar o nome da empresa, revela que a sociedade portuguesa já não come tudo o que lhe dão de forma acrítica.
E desta vez parece que a campanha poderá ter criado uma clivagem dentro do próprio governo. A diferença de posições entre Assumpção Cristas e Álvaro Pereira são disso um sinal. Entre conservadores de direita e a direita liberal há algumas diferenças. Ainda bem.
E o que aconteceu terá que ser esclarecido. Saber se houve dumping ou se as margens de lucro fora dos campanhas atingem valores colossais, não é dispiciendo para a defesa dos próprios consumidores. A economia não pode viver de marketing fazendo passar gato por lebre. esquecendo a realidade. O fetichismo do mercado e do marketing já fez demasiados estragos na economia real, como o demonstra a actual crise.
1 comentário:
Concordo consigo. O que me parece errado é criticar as pessoas que aproveitaram os descontos, como vi fazer por aí, muito frequentemente.
Enviar um comentário