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15 de março de 2010

AINDA A LINHA FERROVIÁRIA SINES-ELVAS

A questão da linha ferroviária de mercadorias, Sines- Elvas, continua a alimentar a discussão no Litoral alentejano. Isso não é mau, mas importa que a discussão se faça num sentido que nos conduza a uma solução rápida e adequada.
Por isso resolvi deixar aqui a minha posição sobre a matéria, retomando um depoimemto que fiz para o Litoral Alentejano, mas que penso que continua a ser oportuno.

"Dotar o porto de Sines de uma via férrea moderna e de velocidade elevada, que permita colocar as suas mercadorias, em condições de segurança e rapidez na grande plataforma logística que é Madrid, é uma questão fundamental para a consolidação da competitividade desta importante estrutura portuária, que é estratégica para o País.
A sua importância, e a urgência na sua construção é, por isso, consensual para todos os agentes económicos, políticos e sociais do Litoral Alentejano, do Alentejo e do País.
O ano de 2013 tem sido apontado, pelas autoridades públicas, como o ano da ligação da linha de alta velocidade Lisboa-Madrid, cujo troço Poceirão-Caia foi já adjudicado.
A linha de mercadorias prevista para a ligação Sines-Elvas irá, como é sabido, correr no mesmo traçado sendo, para o efeito, aquela linha dotada da adequada bitola ibérica, em conjunto com a bitola europeia da Alta Velocidade.
A grande questão com que hoje nos confrontamos é garantir que não haja atrasos na construção da ligação Sines-Elvas de modo a que a mesma esteja pronta e operacional, de acordo com as novas exigências de modernidade e as exigências derivadas do aumento de tráfego de contentores do porto de Sines.
ESTE É O GRANDE DESAFIO QUE TEMOS PELA FRENTE E NÃO PODEMOS PERDÊ-LO DE VISTA.
Importa, pois, que nos entendamos todos, rapidamente, sobre o melhor traçado para o troço Sines-Linha do Sul, uma vez que o actual troço Sines-Ermidas, tal como está, não resolve os problemas presentes e futuros. À alternativa avançada pela REFER, que previa o atravessamento da serra de Grândola e ligação ao km 94, no ramal de Alcácer, à linha do Sul, eram apontados impactos ambientais, económicos, sociais e no ordenamento do território, que levaram o Governo a abandonar essa via.
Mas O Governo reafirmou a importância estratégica e a prioridade desta linha, tendo sido afirmado o compromisso de, com o envolvimento das Autarquias, ser encontrada uma alternativa que aproveite, na medida do possível, o actual troço Sines-Ermidas.
É, pois, isto que hoje está em causa e no que temos que concentrar as nossas energias. Para isso temos que ter, todos, a capacidade de diálogo e de concertação de interesses que, acima de tudo, garantam a defesa do interesse público e do desenvolvimento sustentável do Litoral Alentejano, em que o porto de Sines, e as ligações ferroviárias e rodoviárias que o servem, são um elemento estruturante. Trata-se de uma questão que implica o envolvimento de todos os agentes, com especial responsabilidade para as Autarquias da região e da sua Associação.
A CIMAL, de cuja Assembleia intermunicipal sou presidente, tem aqui um importante papel a desempenhar não deixará, como já mostrou, de acompanhar o assunto com o rigor e a atenção que ele merece.
Não estamos em tempo de gastar energias em questões secundárias. Concentremo-nos no essencial porque o tempo urge. E agora o que importa é que a REFER e o Governo apresentem, quanto antes, a solução alternativa para que possa ser avaliada por todos e, especialmente, pelas Autarquias. Por todas, porque o problema é de todas."
Não tenho nenhuma razão para duvidar da boa fé do Governo e tenho todas as razões para acreditar que as diferentes Autarquias da Região, em conjunto com a sua Associação, saberão encontrar os caminhos da cooperação que nos conduzirão a bom porto.

1 comentário:

RPG disse...

Eu vi o projecto e fiquei chocado, pois não só constava a destruição de muitos hectares de montado como também existiam casas e outros edifícios que teriam de ser também destruídos.
Tenho estado a acompanhar a audição parlamentar na ARtv, e segundo o Ministro Álvaro Santos Pereira este assunto vai voltar a ser discutido muito em breve.
Como munícipe de um dos concelhos envolvidos gostaria de deixar a minha opinião sobre o assunto, existindo muito pinhal debilitado(pelo nemátodo) ou que passou a areeiro (muitos dos quais ilegais) ao longo da costa porque não utilizar estas terras ,sem espécies protegidas como o sobreiro?
Como o Ministro disse, e bem na minha opinião, numa linha é indiferente transportar 1kg de chumbo ou 100 passageiros, ou seja a linha poderia vir a ser aproveitada para fins turísticos um dia mais tarde dado o desenvolvimento do nosso litoral neste sector de actividade.