O Publico de hoje titula "Cavaquistas querem que Vitor Gaspar saia".
Independemente da sustentabilidade da peça, importa registar duas coisas:
a primeira é que, na linha do que o Expresso de ontem escrevia, parece começar a haver um certo mal estar entre as diferentes sensibilidades da família social-democrata.
Como, desde muito cedo, se sabe o PSD que está no poder representa uma ruptura com o PSD tradicional e o ataque desenfreado, que prometeu, e esta a fazer ao modelo social, que temos vindo a construir, ameaça mesmo acabar com tudo o que se conseguiu nos últimos 30 anos.
Como se sabe, sem prejuízo de o PSD ser um só partido, há sensibilidades que têm uma visão diferente das coisas e que, por isso, legitimamente reagem. O Próprio Presidente da Republica se poderá integrar nesse grupo.
Em segundo lugar importa referir que o que está em causa nao é Gaspar. Quem está em causa é quem o escolheu, bem como a mais um conjunto de "estrangeirados" que terão, no hemisfério norte, desenhado um conjunto de soluções, ideologicamente marcadas, mas sem qualquer relação com a realidade portuguesa.
É, por isso, o governo e no seu todo e o próprio PM que devem ser confrontados com a destruição que estão a provocar ao Pais. E os socialdemocratas que sentem que os valores mais profundos da social democracia estão a ser atingidos, devem começar a ser parte da construção de alternativas. Antes que seja tarde.
Como diz o Prof Sobrinho Simões, tambem no Publico de hoje e a propósito do SNS, para que o mesmo se mantenha é preciso que o racionalizemos. O memso raciocínio pode e deve aplicar-se ao conjunto do estado social.
Mas há duas formas de racionalizar o estado social: uma é destruindo-o, que é o que esta a ser feito por este Governo. Outra é defende-lo, encontrando soluções de sustentabilidade que, introduzindo-lhe eficiência, preserve o seu papel na construção de uma sociedade solidaria e justa.
As forças deste lado têm que saber encontrar as soluções que evitem a derrocada que esta à vista.
3 comentários:
Eu acho que há um meio termo entre a destruição e a manutenção, Alexandre.
Gaspar é um homem tranquilo e diz realmente aquilo que quer, aliás nem sei se pertence ao PSD, mas sabe ser imparcial no que respeita a numeros, por isso incomoda os barões do partido.
Não sei se haveria outras escolhas, mas possivelmente seriam piores
Estou de acordo com o joshua. Por isso introduzi no meu post uma referência à oportuna entrevista de Sobrinho Simões. O meio termo está ali assinalado.
E assim não posso concordar com a ausência de outras escolhas, como sugere Sagitário.
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